Bobby Unser foi um grande piloto da Fórmula Indy, uma verdadeira lenda do automobilismo. Ele enfrentou provas muito difíceis nas pistas velozes, mas não foi num autódromo que ele enfrentou a corrida mais difícil de sua vida. Ele e o amigo Robert Gayton estavam passeando na neve quando seus trenós pararam de funcionar.
Com a neve na altura do peito e enfrentando o vento cortante de 50 Km/h, a temperatura muitos graus abaixo de zero os fez procurar abrigo. Nada encontrando, tiveram que cavar uma caverna na neve, onde puderam passar a noite. No dia seguinte, encontraram uma casa com aquecedor e telefone.
Após o resgate, Unser declarou: “Cada decisão que tomávamos tinha de ser a correta”. Ele e o amigo enfrentaram uma terrível batalha contra elementos que não podiam controlar, enquanto faziam o possível para se manterem vivos.
Isso nos faz lembrar que, como cristãos, vivemos também uma “corrida”. O apóstolo Paulo disse: “Assim corro também eu” (1 Co 9.26). Como estamos vivendo em um mundo absolutamente hostil à nossa sobrevivência espiritual, essa corrida é muito difícil. Todos os dias temos de enfrentar forças que podem nos destruir.
Algumas dessas forças são externas: influências mundanas da mídia, tentações consumistas de toda espécie, o próprio estresse da sobrevivência e também amigos ou conhecidos que não apóiam a nossa fé. Algumas são internas: desejos egoístas, orgulho pessoal, soberba, inveja, autocomiseração, etc. Em ambos os casos, se tomamos decisões equivocadas ou erradas, essas “nevascas” podem nos abater ou simplesmente destruir.
Assim, em cada palavra ou ação, em cada movimento que fazemos, devemos perguntar “o que faria Jesus” nas mesmas circunstâncias. Isso tem a ver com o ensinamento de Paulo que devemos ser imitadores de Jesus Cristo (1 Co 11.1).
Foi isso o que fez um grupo de jovens universitários, ao estudarem a clássica obra de Charles Sheldon, “Em Seus Passos, Que Faria Jesus?”. Eles criaram uma pulseira com a sigla QFJ, a sigla de “Que Faria Jesus”, o que levou milhões de pessoas a ponderarem sobre essa situação.
Isso os ensinava que, ao tentarem entender os princípios espirituais que nortearam a vida de Jesus, poderiam tentar agir de acordo com o que Ele agiria. Isso com certeza tornou cada movimento de suas vidas algo importante, o que acabou por influenciar outras vidas ao seu redor.
Não são poucos os cristãos que sentem não causar impacto algum no mundo. Ora, num mundo com seis bilhões de pessoas – cuja maioria não conhece Jesus – e problemas esmagadores, como tentar imitar Jesus se suas orações e testemunho e dedicação não parecem causar impacto algum?
Frederick Buechner, comparando o mundo a uma gigantesca teia de aranha, escreveu: “Se você tocá-la em algum ponto, fará tudo tremer... Conforme nos movemos nesse mundo e agimos com bondade, ou indiferença, ou talvez com hostilidade em relação às pessoas que encontramos, também estamos fazendo a grande teia de aranha balançar. A vida que eu toco, com bondade ou maldade, irá tocar uma outra vida, que tocará outra até que, quem sabe onde o balançar da teia irá terminar ou em qual lugar e tempo longínquos meu toque será sentido. Nossas vidas estão ligadas. Nenhum homem é uma ilha”.
Tudo o que fazemos conta. Por isso, perguntar a si mesmo: “Que Faria Jesus”, é apenas o primeiro passo. Seguir a Jesus é o resto do caminho para quem quer ser vitorioso. Qual a sua decisão?
Por: Pastor Samuel Câmara (camara.bel@uol.com.br)