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21 de jun. de 2013

O inevitável poder das palavras


“Palavras são palavras, nada mais do que palavras”. Este era o bordão de um personagem político bonachão num antigo programa humorístico, que se pautava pela embromação decorrente do desprezo que sentia pelos cidadãos, muito embora soubesse que os mesmos lhe propiciavam as sinecuras muito bem remuneradas e um elevado padrão de vida que a maioria não tinha. Certamente era inspirado no código de ética sempre em vigor para aqueles que não têm nenhum compromisso com suas palavras para além daquele estabelecido para si próprios.
Mas palavras têm poder! Palavras curam. Palavras ferem. Palavras levam vida. Palavras carregam morte. Palavras confortam. Palavras ofendem. Palavras libertam. Palavras prendem. Palavras dão voz às massas. Cassem-se as palavras e, inevitavelmente, as liberdades se vestirão de luto. Palavras liberam ou cessam o direito de ir e vir. Todos os dias nós labutamos no campo fértil do inevitável poder das palavras.
A maioria dos especialistas concorda que o principal ponto de rompimento dos relacionamentos, hoje e sempre, está intimamente ligado à comunicação, especialmente quanto ao modo como falamos às outras pessoas. Certamente, por isso, o apóstolo Paulo ensinou: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef 4.29).
Paulo usou a palavra torpe para descrever o discurso que tem o poder de causar danos às pessoas, sejam adultos ou crianças. Ao mesmo tempo, afirmou que a boa comunicação – o conjunto de boas palavras que sai da nossa boca – é essencial para o crescimento pessoal, pois tem o poder de edificar as pessoas. Assim, quando causamos crescimento interior nos outros por meio do nosso discurso, instilamos graça ou benefício espiritual na totalidade de suas vidas.
É exatamente por isso que devemos examinar os nossos hábitos ao falar e, assim, evitar palavras duras ou descuidadas. Cabe a cada um de nós decidir edificar as pessoas do seu convívio, especialmente as crianças.
A origem do problema pode ser o fato de vivermos em uma sociedade marcada pelo negativismo, o que geralmente nos torna “do contra”, sempre contra alguma coisa, não a favor de algo.
O desastroso é que principalmente nós, os cristãos, deveríamos ser conhecidos como pessoas com atitudes positivas que promovem aquilo que é bom e certo, a começar pelas palavras que falamos. Não poucos cristãos se perturbam com os males de nossa sociedade, mas nada fazem que vá além de falar negativamente sobre os mesmos, num movimento incontido de murmuração pela murmuração.
Dentro de casa, sem dúvida, o problema é mais grave. Há exemplos de palavreados que frequentemente são imputados aos filhos, frutos de uma comunicação torpe e destruidora. De uma lista interminável, pululam alguns maus exemplos: Você é burro. O que há de errado com você? Você não faz nada direito. Você nunca aprende. Você não sabe nada. Você sempre quebra as coisas. Você é um desastre. Você nunca vai conseguir.
O sábio Salomão afirmou: “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”. E também: “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo” (Pv 18:21; 25.11). Jesus foi contundente sobre a fonte de nossas palavras: “O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração” (Lc 6.45). Ele adiantou que cada pessoa dará conta, no Dia do Juízo, de toda palavra frívola que proferir. E acrescentou: “Porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado” (Mt 12.37).
Podemos, sim, mudar para uma comunicação edificante, pelo simples fato de que, indubitavelmente, há poder em nossas palavras. Por exemplo, em vez de palavras negativas, temos muitas maneiras de dizer “muito bem” as palavras certas: Você realmente se esforçou hoje. Você é uma pessoa abençoada. Isso mesmo, você acertou. Estou orgulhoso de você. Você é muito bom nisso. Agora você entendeu o espírito da coisa. Vamos, continue, você chegará lá. Ou apenas dizer um simples “muito obrigado”.
A escolha é nossa. É muito melhor ser um farol da graça e da verdade com boas palavras do que um multiplicador da condenação com más palavras. O apóstolo Paulo deu a receita: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida” (Fp 2.14-16).
O fato é que as pessoas precisam mais de quem as encoraje e as edifique do que de quem as critique e as derrube. E isso tem a ver com as palavras que falamos. Então, podemos ser uma fonte de bênção, ou uma fonte de maldição. Resta saber se você, sabedor do inevitável poder das palavras, estaria disposto a fazer a coisa certa.
Samuel Câmara - Pastor da Assembleia de Deus em Belém

14 de jun. de 2013

Jornada Feliz


Há 102 anos, dois jovens estrangeiros empreenderam uma viagem ao nosso querido Brasil que, do ponto de vista meramente humano, tinha tudo para dar errado, sem nada que apontasse para uma jornada feliz. Eles tinham sido enviados por Deus com uma mensagem para uma nação cuja língua e costumes do povo desconheciam por completo. Eles também não tinham dinheiro nem organização religiosa alguma que lhes desse suporte. Passageiros da terceira classe do navio a vapor Clement, os jovens missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren demoraram catorze dias de viagem para, finalmente, aportarem na Estação das Docas, em Belém.
A cidade que Berg e Vingren encontraram, no início do Século XX, foi uma pequena Belém, de economia decadente com o fim do ciclo da borracha, a qual não dispunha de saneamento básico adequado e cuja população enfrentava uma terrível condição de saúde pública precária em razão dos surtos de febre amarela, malária, lepra e tuberculose, assim como de outras doenças tropicais.
Quando começaram essa obra pentecostal, depois denominada de Assembleia de Deus, o pequeno rebanho que conseguiram reunir contava com menos de vinte crentes, sem personalidades de destaque em qualquer área da sociedade belenense. Além disso, enfrentaram cerrada oposição de outros grupos religiosos, com calúnias e difamações as mais diversas, inclusive na imprensa.
Tudo lhes era adverso, eles não tinham nenhuma possibilidade humana de garantia de sucesso, nada que pudesse apontar para uma jornada feliz. Graças a Deus por isso. Eles tinham apenas uma certeza: Deus estava com eles e, exatamente por isso, Ele faria tudo para que o empreendimento germinasse e crescesse, e também produzisse incontáveis e permanentes frutos. Desse modo, a própria história diria, finalmente, que a jornada fora feliz porque contara com a aprovação Divina sobre o trabalho desses dois homens que ousaram obedecer ao comando do Senhor, mesmo sem nenhuma garantia de sucesso.
Uma jornada, para ser feliz, não pressupõe a ausência de lutas, problemas e desafios. Feliz, aqui, não significa apenas estar intimamente contente, alegre e satisfeito; muito mais que isso, é um estado de espírito que identifica a bênção de ser bem sucedido, bem aventurado, vitorioso, a despeito das lutas e dificuldades do caminho, tudo por causa da graça de Deus. Enfrentando lutas hercúleas, problemas grandiosos e desafios quase intransponíveis, foi nesse ambiente totalmente adverso que Deus coroou o esforço desses dois jovens missionários pioneiros com uma jornada feliz que chegou até aos nossos dias. Um dia, assim como Jesus, eles verão o fruto de penoso trabalho de suas almas e ficarão satisfeitos (Is 53.11).
É precisamente a essa jornada feliz, iniciada há 102 anos, que estamos dando continuidade. É a nossa geração, como pioneira do Bicentenário, que tem a honra de levar avante, na mesma disposição de espírito, na mesma fé e perseverança, essa jornada feliz.
Desse modo, nesta grande celebração de seus 102 anos de Jornada Feliz, a Assembleia de Deus em Belém tem a honra de convidar a todos os belenenses para participarem conosco destas festividades.
Como parte da programação festiva, hoje (15), estamos fazendo uma Maratona de Jornada Feliz nos bairros de Guamá e Terra Firme, a fim de compartilhar a nossa alegria e levar aos seus 160 mil moradores uma palavra de amor e alegria da parte de Deus, as boas novas de salvação plena em Jesus Cristo. A nossa oração é que cada cidadão seja abençoado, assim como sua família, e receba de Deus a paz e a alegria da Salvação que só Jesus pode conceder. Estaremos andando em todas as ruas e passagens desses bairros, oportunidade em que visitaremos os lares e faremos orações por todos aqueles que quiserem, invocando o poder do Senhor Jesus para curar e transformar vidas.
Neste Domingo (16), às 19h, teremos a Celebração de Abertura no Centenário Centro de Convenções, assim como nos outros 507 templos da Igreja em Belém.
Na segunda-feira (17), a partir das 9h, teremos o Impacto Pentecostal no Templo Central. Às 10h, haverá uma Sessão Solene na Assembleia Legislativa do Pará. Às 19h, daremos continuidade à Celebração no Centenário Centro de Convenções.
Na terça-feira (18), comemoraremos o Dia da Assembleia de Deus com uma solenidade na Câmara Municipal de Belém, às 9h. À tarde, a partir das 17h, instalaremos a Convenção Centenária da Igreja-mãe da Assembleia de Deus no Brasil, no Centenário Centro de Convenções, oportunidade em que consagraremos novos obreiros e avaliaremos a caminhada da nossa Jornada Feliz. Finalmente, às 19h, faremos o Culto de Encerramento das Celebrações, também no Centenário Centro de Convenções, quando todo o nosso povo agradecerá mais uma vez ao Senhor Deus, “para lhe pedirmos Jornada Feliz para nós,para nossos filhos e para tudo o que é nosso” (Ed 8.21).
O nosso lema é: Assembleia de Deus em Belém – 102 Anos de Jornada Feliz! Sinta-se especialmente convidado a estar conosco nesta grande Festa!
             Parabéns, assembleianos!
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém